Guaíra se prepara para receber pedágios entre Maringá e Cascavel
sexta, 31 de janeiro de 2025
Apesar do ceticismos, a expectativa é que os pedágios acelerem as obras de ampliação e modernização dos trechos rodoviários que impactam diretamente Guaíra, como o contorno da Ayrton Senna, por exemplo.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou na última terça-feira (28) a carteira de concessões para 2025, que contempla 12 novos leilões de rodovias e três relicitações de projetos que apresentaram problemas nos contratos. Ao todo é um pacote de R$ 161 bilhões para modernizar 8.449 quilômetros de rodovias no Brasil.
No Paraná, os lotes 4 e 5 das concessões serão essenciais para aprimorar a conectividade entre cidades estratégicas do estado, impactando diretamente a cidade de Guaíra, que está inserida nos dois lotes de privatizações.
O lote 4, com 628 km de extensão, ligará Cornélio Procópio a Guaíra, passando por Londrina, Maringá e Umuarama. O projeto inclui a duplicação de 176 km de rodovias, construção de 50,5 km de ciclovias e investimentos de R$ 8,3 bilhões.
Já o lote 5, que abrange 440 km, conectará Maringá a Cascavel, passando por Toledo e Marechal Cândido Rondon, até Guaíra, que faz parte da divisa do Paraná com Mato Grosso do Sul. O projeto prevê um aporte de R$ 4,6 bilhões para duplicação de 239 km de rodovias e construção de 12 km de ciclovias.
Para os moradores de Guaíra, o deslocamento para Cascavel e Maringá ficará mais caro com a implantação de novos pedágios. A BR-163, por exemplo, contará com dois novos pontos de cobrança, localizados em Mercedes e Toledo, com tarifas máximas previstas de R$ 10,75 e R$ 7,56, respectivamente. Já na BR-272, para chegar a Maringá, os motoristas deverão pagar pedágio em Francisco Alves, Umuarama, Tapejara e Jussara.
Com a publicação dos editais dos lotes 4 e 5 prevista para maio e os leilões programados para setembro, a expectativa é que as novas concessões entrem em operação a partir de 2026 e que ajude a melhorar a fluidez no tráfego, estimulando o comércio e a circulação de mercadorias. O modelo adotado prevê a menor tarifa, buscando garantir preços mais acessíveis e estimular a competitividade econômica.
Apesar do ceticismo, Sabrina Aquino, presidente da ACIAG, espera que a cobrança de pedágio acelere as obras de ampliação e modernização de trechos rodoviários que impactam diretamente Guaíra. "Tanto o Paraná quanto o Mato Grosso do Sul não têm uma boa expectativa em relação às concessões de rodovias. São feitas muitas promessas que, infelizmente, não se concretizam. Portanto, estaremos atentos e cobraremos as autoridades, pois essas obras são fundamentais para o desenvolvimento da cidade", destacou.
Vale ressaltar que as obras do contorno de Guaíra e a recuperação da Ponte Ayrton Senna estão entre as cobranças feitas pela entidade ao então candidato Gileade Osti, na expectativa de que, agora como prefeito, ele possa intermediar com as autoridades públicas para solucioná-las. Essas obras também são defendidas pelos integrantes do Programa de Desenvolvimento Econômico de Guaíra (PRODESG).
Ghassan Saifeddine Filho, presidente da entidade, apesar do histórico de promessas não cumpridas, demonstra otimismo em relação às concessões, ao afirmar que os investimentos garantirão mais segurança e desenvolvimento. “Estamos buscando destacar Guaíra como um ponto estratégico na área de logística. A modernização da malha viária deve consolidar nossa cidade como um eixo essencial para o desenvolvimento econômico e logístico do Paraná”, afirmou.
A expectativa das lideranças políticas do Estado é de que as melhorias na infraestrutura facilitem o escoamento da produção agropecuária, ampliem as oportunidades de negócios e impulsionem o turismo de compras na região fronteiriça
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